Região da Pedra Grande é ‘povoada’ por histórias, lendas e causos que remetem ao personagem Zeca da Pedra
O espetáculo do nascer do sol, visto do alto da Pedra Grande, sábado, dia 23 de julho, valeu à pena e recompensou o esforço dos participantes da Trilha “Presente de Deus”. O feito ocorreu graças a alguns esportistas que resolveram colocar Campestre e a Pedra Grande no centro do turismo de aventura, no sul de Minas.
A trilha, numa escala de 1 a 5, em nível de dificuldade, atinge a pontuação máxima. Não é tarefa simples subir a Pedra Grande, por suas laterais. Há inclinação de 80 graus e alguns obstáculos só é possível vencer com auxílio de uma escada levada até à metade do caminho e, lá afixada; e, cordas, que foram presas a ganchos utilizadas em escaladas profissionais. Para subir a Pedra Grande é preciso bom condicionamento físico, ter certa desenvoltura em trilhas, calçados adequados, estar acompanhado pelos guias e não ter [e, ao mesmo tempo, ter] medo de altura.
A trilha ‘Presente de Deus’ foi batizada por Mateus Henrique Silva Santos, instrutor de vôo-livre, praticante de escalada e de esportes de aventura e professor de Jui-Jitsu, em Campestre. Desde criança, ele sonhava em transformar o local num ambiente de exploração e aventura. Ao lado da esposa, Juliana Anacleto (atleta de MMA) e dos amigos Jéssica Fernanda de Paiva e Wender Silva Ferreira de Jesus, estão dando os primeiros passos para transformar o local num grande atrativo.
Em 18 de junho, o jornal FOLHA MACHADENSE publicou, em matéria de capa, o encontro de balões, realizado aos pés da Pedra Grande. A trilha foi batizada não por acaso, como ‘Presente de Deus’.
O nome é a tradução de Mateus, do nome masculino Matiyyah, de origem hebraica. Para construir a escada de bases de aço, no meio da trilha, Mateus contou com a ajuda de dois amigos: Fábio Domingos e Luciano Rodrigues. O trio gastou 06 horas para arrastar as duas bases da escada até o local. “Nunca sofri tanto na minha vida”, brincou Mateus. – Só quem fez a trilha sabe do que ele fala. O projeto e a soldagem das partes da escada foram feitos pelo pai de Mateus, o senhor José Vítor dos Santos. Tudo se constrói com ajuda de muitos. E, os 53 primeiros a subirem a Pedra Grande, de madrugada e em grupo, para ver o sol nascer, entraram também para a história. No alto da Pedra Grande, foi servido um café. Cada membro carregou a sua porção dentro das mochilas. Álcool, fósforo e fogareiros foram levados para o alto da Pedra, uma das mais belas construções rochosas do Brasil.
Para traçar o trajeto, Mateus consultou vários sites e imagens de satélite, com vários ângulos possíveis para chegar ao topo da pedra. Foram duas semanas embrenhados em meio à mata para abrir a picada e traçar o trilho, a partir da base da pedra.
Ao longo do sonho e da concretização do Presente de Deus, Mateus contou com o apoio dos amigos Jéssica Fernanda de Paiva e Wender; e, da esposa, Juliana Anacleto.
Muitas outras mãos auxiliaram com foices, enxadas, pás, picaretas para perfuração das pedras etc. Várias outras pessoas já escalaram a Pedra Grande. Não, nesse formato.
As imagens são do fotógrafo Guilherme Gonçalves, de Campestre. @guiphotosart @voolivre_pedragrande @_turismomg @mateushenrique291